MARIMBAS SUL-AFRICANAS PARA O BRASIL

A mais recente parceria que estamos desenvolvendo é com o músico  e educador Maurício Weimar. Ele, que encontra-se na Islândia atualmente, também pensa, como nós, na difusão, aqui no Brasil, do tipo de marimbas sul-africanas (como as marimbas típicas do Zimbábue, das fotos abaixo) e dos estilos musicais relacionados a esse tipo de instrumental, que inclui ainda os chocalhos e tambores.
Para alcançar esse objetivo, Maurício está nos enviando todas as informações necessárias, como medidas, materiais utilizados na construção, fotos e vídeos, o que irá auxiliar muito na construção de um instrumental desse tipo, adaptado à nossa realidade.

Marimbas africanas, pertencentes à escola de música na Islândia.
Foto: Weimar


Maurício Weimar
Para saber um pouco mais quem é o Maurício, ninguém melhor do que o próprio, para se apresentar:


"Me chamo Maurício Weimar. Nasci em Goiás, mas me criei em Porto Alegre. Sou músico e desde muito cedo despertei meu interesse para essa área. Comecei batendo as panelas da minha mãe até poder comprar minha primeira bateria.   Foi aí que minhas experiências musicais começaram.  Me dediquei à bateria na adolescência, descobrindo e criando técnicas que hoje são muito usadas por outros bateristas. Ao mesmo tempo aprendi outros instrumentos tais como violão, baixo e o violino, instrumento que acabou por se tornar parte importantíssima da minha vivência musical, chegando ao diploma "Advanced" pela OSPA (orquestra Sinfônica de Porto Alegre).   Comecei a lecionar a partir dos meus 17 anos e tenho seguido na profissão desde então. Em 2008 me mudei para Islândia, com minha esposa Kelly Garbini, também professora de música, e foi na Islândia, por ironia do destino, que fui conhecer a magia da marimba do Zimbabwe e a música africana, que está tão arraigada no sangue brasileiro mas que  não tinha sido despertada em mim até então.   Atualmente sou diretor de uma escola de música localizada próximo à cidade de Husavík. Meus alunos são crianças e adolescentes, os quais tem uma rotina diária com música durante a semana, tal como o coral, teoria musical, grupos de marimbas e o ensino de outros instrumentos musicais em particular. Todas as aulas são ministradas por mim, com exceção de um dos grupos de crianças das series iniciais e de outros instrumentos, como piano e sopros, que ficam por conta da minha esposa, na maioria.   Fora do ambiente escolar, tenho atuado como músico de orquestra, sendo primeiro violino da Norðurland Sínfoníu em Akureyri, e realizado trabalhos de gravação como baterista para bandas em Porto Alegre.  Depois de dois anos ensaiando diariamente os grupos de marimbas, foi que ganhamos nosso primeiro prêmio como o melhor grupo de alunos do Ensino Fundamental da Islândia, em concurso nacional muito importante. Desde então temos sido chamados para tocar em reuniões, ministrar workshops em outras escolas e entrevistas para a televisão.   
Minha nova meta é desenvolver uma metodologia para o aprendizado das Marimbas africanas no Brasil, buscando sempre a expressão através do som!"



Nosso contato se deu através da comunidade "Marimba", que mantemos na mídia social "Orkut".
[Comunidade Marimba:

Ali, Maurício criou o Grupo Marimba Africana:

Para registrar as atividades do ensino musical com os jovens da Islândia, foi criado o blog:

Veja algumas afirmações recentes do Maurício, que reforçam a importância e a estratégia da nossa parceria:
"A afinação coincide com o diapasão ocidental. As sopranos e altos possuem o "F#" (à direita do "F") para poder usar o Sol Maior tambem. 
Nos dois exemplos, a disposição do Fá# à direita do Fá natural
A idéia desses instrumentos é exatamente a simplicidade. É fácil para quase qualquer pessoa entender as melodias por causa dessa disposição das notas, e embora tenha poucas possibilidades de modulação, é isso que faz com que a sonoridade seja bem própria.
O repertório disponível é gigante, e totalmente ensinado sem partitura, inclusive professores aprendem só pelo ouvido todas as vozes. É muito mais fácil do que parece. Por isso eu estou com essa idéia de organizar algo bem legal no Brasil, pois tenho certeza que o pessoal aí vai sair tocando tudo fácil, fácil. Nao tem o mínimo erro, é só ter uma estrutura legal que a coisa vai decolar. A minha idéia sempre foi voltar direto para Porto Alegre para desenvolver esse projeto, mas de uns dias pra cá tenho pensado muito em dar uma passada em Salvador... Se tivermos os instrumentos e um grupo para começar o esquema, ninguém segura."
Maurício Weimar (14-04-2011)



Aulas de marimba: Maurício e seus alunos islandeses.
Foto: Weimar

Os alunos europeus, encantados com o timbre africano.
Foto: Weimar

Transporte dos instrumentos. Foto: Weimar 

Tudo planejado para a correta arrumação. Foto: Weimar

Apresentação do grupo de alunos, com o conjunto de
marimbas sul-africanas. Foto: Weimar
Jovens europeus: o ritmo contagiante da música étnica.
Foto: Weimar

Vídeos do trabalho:












Hafralækjarskóla e a música popular africana
(Matéria na TV islandesa):
Islândia, 26 de Março de 2011



Outros comentários sobre as marimbas:

"Essas marimbas foram construídas no Zimbabwe e mandadas para a Islândia.
Infelizmente não tenho o nome de que as construiu, mas tem algumas pessoas que fazem exatamente as mesmas, sendo que esse é um padrão de marimbas lá.
As Marimbas mais para o Sul da África como na Cidade do Cabo, são bem diferentes, a começar pelos 'buzzers', que eles não usam, pois preferem uma sonoridade mais "limpa". Os 'buzzers' fazem um som altíssimo, eu adoro. Geralmente quem é acostumado com os 'buzzers', não gosta das outras. E vice-versa.
Detalhe do 'buzzer', ou 'mirliton', que confere uma
sonoridade de zumbido característica das marimbas étnicas.


Eu tenho um contato excelente na Cidade do Cabo, o Ross Johnson, - que conheci na Suécia em um curso de música africana que fiz. Fiquei super amigo do cara e mantemos contato até hoje. Eles usam esse outro tipo de marimba. Inclusive ele mantém uma fábrica de marimba gigante na Cidade do Cabo."
Maurício Weimar (14-04-2011)

Comentários

  1. Ola pessoal,

    É com enorme satisfação que estou aqui escrevendo esse post!

    Ter encontrado o Roberto foi uma coisa maravilhosa que aconteceu nesses dias, sinal de que a energia da música está unindo mentes pelo mundo afora.

    Gostaria de agradecer pelo ótimo espaço aqui no blog e mandar um recado para todos os leitores de que tenham certeza que em breve a magia da música africana estará mais forte que nunca em solos brasileiros!

    Muitos abraços diretamente da terra do gelo, Islândia.

    ResponderExcluir

Postar um comentário